O ciúme nasce do medo de que a pessoa com que nos relacionamos seja infiel acompanhado da convicção de podemos e devemos controlá-la para que isso não ocorra.
Ora isso é uma dupla ilusão: não devemos, pois é importante respeitar integralmente a outra pessoa nas suas escolhas e na sua liberdade, inclusivamente, para amar.
E só o amor livre e espontâneo é verdadeiro!
Se tento forçar alguém a amar-me, arrisco-me a só obter aversão ou a só obter uma imitação do amor.
Não podemos, pois a tentativa de controlar o comportamento e o afecto dos outros destrói esse mesmo afecto.
Por vezes, os ciumentos geram o que mais receiam: sufocadas pelo controlo, as vítimas tendem a revoltar-se e a procurar liberdade no comportamento e no amor... com outras pessoas.
Se o seu marido compreender isto, já não será mau, para começar.
Em seguida, se possível, será boa ideia obter apoio profissional, conforme já tentou.
Na medida em que o seu marido trabalhe a sua própria maturidade emocional e aprofunde a capacidade de amar, poderá aperceber-se de que o amor que liberta o outro e que dá mais do que pede (o amor ciumento tende ao inverso, exigindo e sufocando) é mais alegre e mais tranquilo.
O amor verdadeiro é sobretudo irradiante, afirma-se de dentro para fora. E também se aprende.
Às vezes, basta termos o hábito de recordar que os melhores momentos amorosos da nossa vida jamais foram os de ciúme mas, antes, os de afirmação irradiante do nosso apreço pela outra pessoa e da vontade de lhe fazer bem.
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